Transferência do Músculo Trapézio para Rotação Externa do Ombro: Estudo Anatômico
Como
ortopedista especialista em ombro e cotovelo
e Chefe do Grupo do IOT-HCFMUSP, minha missão é aprimorar os métodos de tratamento e reconstrução para condições complexas dessas articulações.
Em nosso mais recente estudo, com foco na transferência do músculo trapézio para o tubérculo maior do
úmero, investigamos três técnicas diferentes para avaliar a viabilidade das suturas e a integridade do
nervo acessório. Utilizamos doze
ombros de seis cadáveres para comparar a eficácia dessas técnicas de transferência. O objetivo principal foi avaliar a viabilidade das suturas do músculo trapézio transferido para a topografia de inserção do infraespinhal, com o braço aduzido e em rotação interna, e máxima retração escapular. Aplicamos três tipos de transferências em cada ombro: a inserção distal do trapézio inferior e transverso (Grupo 1), apenas o trapézio inferior (Grupo 2) e a inserção e origem do trapézio inferior (Grupo 3). A integridade do nervo acessório foi avaliada antes e após as transferências.
Os resultados mostraram que a viabilidade das suturas foi de 42% (5/12) no Grupo 1 e 58% (7/12) no Grupo 3, sem diferença estatisticamente significativa (teste de Fisher, p=0,558). Contudo, o Grupo 3 apresentou uma alta frequência de lesões neurológicas (11/12). O Grupo 2 foi o menos bem-sucedido, pois o tendão não alcançou o tubérculo maior e nenhuma sutura foi viável. Concluímos que os Grupos 1 e 3 mostraram a melhor viabilidade das suturas não enxertadas para o tubérculo maior, porém, o Grupo 3 esteve associado a frequentes lesões do nervo acessório espinal. Esses achados fornecem informações valiosas sobre a eficácia e segurança das técnicas de transferência do
trapézio para a
reabilitação do ombro. Se você está considerando uma cirurgia de transferência muscular
ou enfrenta desafios relacionados a
lesões no ombro, é fundamental consultar um ortopedista especialista em ombro e cotovelo. Ofereço consultas, avaliações e segunda opinião cirúrgica, incluindo telemedicina, para garantir que você receba o melhor cuidado possível. Clique no
link para ler o estudo completo e entender detalhadamente as implicações das técnicas de transferência do trapézio.
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/25538475/
Prof. Dr. Eduardo Malavolta, Referência no ensino e pesquisa em Ombro e Cotovelo.